quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Cansei de lero-lero!


Não sou do tipo de pessoa que se irrita fácil, nem com situações, nem com pessoas. Faço o tipo bem calmo e sereno. Pois bem, sou tranqüila, paciente, mas paciência tem limite até para alguém como eu. E se tem algo que me irrita é fofoca, curiosidade alheia, inconveniência, indiscrição, descortesia, intromissão ou no mais popular dos nomes “bedelho”. Isso, realmente me tira do sério! É como aquela frase do ‘gramado do vizinho é sempre mais verde”. E no meu caso, meu gramado parece verde neon com luzes pisca-pisca! É incrível como minha vida desperta tanta curiosidade... Acontece que o gramado do vizinho pode até ser mais verde que o seu, mas não se encaixa no seu quintal... Quem não conhece aquela velha história do velho, do menino e do burro!?
Um velho, um menino e um burro faziam uma viagem. O menino e a bagagem ia em cima do burro, e o velho puxava-os. Ao chegarem no 1º povoado, as pessoas ficaram indignadas, pois achavam errado o fato de um menino tão forte e saudável viajar em cima do burro, enquanto o velho, cansado, ia em pé, puxando-os. O velho então resolveu mudar as coisas: colocou o menino para puxar o burro, e ele foi sentado em cima do animal. Quando chegaram ao próximo vilarejo, as pessoas censuravam: - Que barbaridade! Uma criança puxando esse senhor com toda essa bagagem... Isso é um absurdo! O velho resolveu então colocar só a bagagem em cima do burro, enquanto ele e o menino caminhavam puxando o animal. E qual não foi a surpresa quando, na próxima parada ouviu o que as pessoas comentavam: - Quanta ignorância! Colocam a bagagem em cima do burro, e o velho e o menino se põem a andar a pé!
Assim, em nenhuma situação, ninguém conseguirá contentar as outras pessoas, pois sempre aconteceram críticas, independente da maneira em que procurarmos agir. Portanto, a melhor coisa a fazermos é aquilo que nossa consciência e nossos valores nos orientam, pois é impossível agradar a todos. Dar um "chega pra lá" nessas pessoas ajuda também! Mas, parafraseando a música de Rita Lee, "Me cansei de lero-lero, dá licença, mas não vou sair do sério, que vale à pena não!"
Até!

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Gordura o quê??


Esses dias fui alardeada por uma palavrinha, a tal da Gordura trans. Durante toda a semana ela tentava se fazer notar para mim... Ligava a televisão e a “gordurinha” era anunciada para o programa de sexta; pegava meu pacote de biscoitos que também fazia sua menção em letras garrafais: “0% de gordura trans.” Mas até aí, a única coisa que sabia a respeito é que ela era ruim, responsável pelo mau colesterol. Pois bem, fui tirar minhas segundas impressões e tal foi a minha surpresa, pois esta, além de poder aumentar a quantidade de colesterol ruim no organismo é capaz de reduzir os níveis de colesterol bom. E ainda é responsável por aquela indesejável “barriguinha”, e também é um fator de risco para problemas cardiovasculares (principal causa de morte no mundo.), infarto ou derrame celebral.
Os alimentos de origem animal, como a carne e o leite possuem pequenas quantidades, sendo que a maior preocupação deve ser com os alimentos industrializados, como sorvetes, batatas fritas, salgadinhos de pacote, bolos, biscoitos, pastelaria, gorduras hidrogenadas e margarinas, ou seja, tudo o que é gostoso! A gordura trans é muito utilizada nestes produtos por aumentar sua validade, mas é extremamente nociva para o organismo.
Mas afinal de contas: o que faz da gordura trans esse vilão dos tempos modernos? O grande problema está em sua composição, uma reação química na qual se utiliza o hidrogênio para transformar óleos vegetais saudáveis, como os de soja, girassol, milho e canola, em um tipo de gordura sólida. Este composto artificial, induzido, não é reconhecido nem metabolizado pelo organismo. Por isso, circula praticamente intacta em toda a corrente sangüínea, entupindo veias e artérias com eficiência e rapidez bem maiores do que as gorduras saturadas e vegetais.
Recentemente, a McDonald’s anunciou uma redução generosa de gordura trans de suas batatas fritas, após pagar 8,5 milhões de dólares em um acordo para encerrar um processo judicial referente à presença de gordura trans em seu óleo de cozinha.
Há cerca de 2 anos as empresas fabricantes de alimentos industrializados foram obrigadas a declarar a quantidade de gordura trans em seus rótulos, de acordo com a Resolução da Anvisa (RDC 360/2003), única regulamentação sobre o assunto no Brasil. Apesar disto, as indústrias usam uma brecha técnica para continuar a vender produtos com gordura trans e ao mesmo tempo utilizar selos e "splashes" em suas embalagens declarando-os com "0% de gordura trans". A brecha técnica funciona da seguinte maneira: se o produto contiver até 0,2g de gordura trans por porção, a Anvisa permite que a embalagem estampe o claim "Não contém...", "Livre de...", "Zero..." ou "Isento de...". Isso permite que o próprio fabricante arbitrariamente escolha qual o tamanho de 1 porção de seu produto que fique abaixo de 0,2g. Um fabricante de biscoitos, por exemplo, pode imprimir em sua tabela nutricional que os valores de 1 porção equivalem a 1/2 biscoito, e assim induzir o consumidor a acreditar que esse produto não contém nenhuma gordura trans.
Uma maneira segura de comprovar a adição de gordura trans é a leitura da lista de ingredientes do alimento. Se contiver gordura hidrogenada, certamente contém gordura trans. Atualmente a Anvisa não exige mais que os fabricantes grafem gordura vegetal hidrogenada por extenso nas embalagens, permitindo que ela seja indicada apenas como gordura vegetal. Então, outra maneira de verificar a presença de gordura trans é checar a lista de ingredientes impressa em outras línguas, se disponível.
Bom, recomenda-se a leitura dos rótulos dos alimentos, identificando quais alimentos são ricos ou não em gordura trans. A partir daí deve-se optar por aqueles que contenham menor teor deste tipo de gordura. A recomendação geral é que não se deve consumir mais de 2 gramas de gordura trans por dia.

*Fontes: Sociedade Brasileira de Diabetes e Anvisa.