terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Verde que te quero verde!

Maior floresta tropical do mundo, a amazônia é um imenso estoque de biodiversidade do planeta, com inúmeras espécies animais e vegetais e que ainda abrange grandes cidades. E toda essa riqueza que já foi declarada pela UNESCO como Patrimônio da Humanidade localiza-se em território brasileiro.
A Amazônia sempre foi alvo dos olhos do mundo inteiro. De vez em quando se escuta falar sobre a privatização da Amazônia. Mas será isso mesmo verdade ou puro sensacionalismo? Verdade ou não preservá-la é preciso, pois há sérios problemas. O principal deles e sabido de todos é o desmatamento, que atinge milhares de quilômetros, equivalente por vezes ao tamanho de uma cidade inteira. A área desmatada tem sido utilizada para pastagem e criação de gado, além de cultivo de soja. Essas modificações no uso da terra trazem conseqüências, tais como o aumento do risco de mudanças climáticas em todo o mundo, ou seja, vindo à tona o tal do aquecimento global.
O Brasil, guardião desse patrimônio, cada vez mais parece não cumprir com o seu papel, sendo necessário mobilização popular com milhões de assinaturas para impedir ou implorar que se faça alguma coisa. A pouca atenção do governo com a região se reflete no alto índice de desmatamento e queimadas, levando a floresta com sua fauna e flora ao risco da extinção total; no surgimento cada vez maior de ONGs que mantidas com dinheiro de países desenvolvidos atuam na espionagem sobre biodiversidade, compra de terras e minério, além de interferirem em tribos indígenas. Reflete-se também, na falta de investimento com pesquisa e até mesmo, no patenteamento ilegal de nossos recursos naturais por países estrangeiros, entre tantos outros inúmeros descasos. Mas em meio a tudo isso, a venda da amazônia seria realmente possível?
A área amazônica é dividida em terras indígenas, áreas de proteção integral e uso sustentável, (que por lei não podem ser comercializadas.) além de assentamentos, terras privadas e terras públicas, estas últimas de domínio da União, e portanto também não podem ser vendidas. À bem da verdade, a grande maioria das áreas “privadas” já estão desmatadas, deste modo, não “encheriam” os olhos de nossos compradores estrangeiros. Bem, certo é que é constitucionalmente garantido que nenhum governante poderá colocar à venda esse patrimônio público. Fato é que precisamos demonstrar que não somos uma “República de Banana”, desinteressados e despreocupados com os problemas da Amazônia, pois a salvação para a preservação da floresta não está estritamente nos estrangeiros, ao contrário, o papel do governo deve ser monitorar, fiscalizar e dirigir a ação desses grupos que querem investir sejam brasileiros ou não.
O Brasil deve colocar em prática uma política séria com penas severas contra os mandos e desmandos que ocorrem na Amazônia, pois a impunidade desmata e mata, literalmente. Quanto a isso, vale lembrar o caso da morte da Irmã Dorothy Stang, que neste último dia 12 de fevereiro, completou 4 anos e nenhum dos acusados de serem mandantes do crime foram punidos, um fazendeiro foi inocentado e o outro sequer foi julgado. Além do assassinato covarde da missionária, eles foram acusados de grilagem e tentativa de comercialização ilegal de terras públicas.
Quantas mortes serão preciso para que se faça alguma coisa? Quantos metros quadrados de desmatamento será necessário para fazerem algo? Quantos recursos naturais extintos serão suficientes para uma tomada de atitude?

"Não vou fugir e nem abandonar a luta desses agricultores que estão desprotegidos no meio da floresta. Eles têm o sagrado direito a uma vida melhor, numa terra onde possam viver e produzir com dignidade sem devastar". - Dorothy Stang -